O pretensiosismo bacoco é cultivado em certas profissões, com o abuso de termos e expressões em inglês muito para além do que as alegadas dificuldades de tradução justificam. Umas vezes é o resultado do desconhecimento da língua portuguesa, outras da tentativa de impressionar terceiros com uma críptica gíria profissional.
Onde esses arroubos anglomaníacos não são desculpáveis de todo é no texto noticioso, que deve ser, por definição, simples, claro e preciso.
Não se compreende, por exemplo, que na notícia da edição electrónica do jornal A Bola acima reproduzida se use a palava inglesa naming em vez de «nome» ou «designação». Tanto mais que no título e no primeiro parágrafo a redacção está correcta.
N. E. (8/11/2016) – O anglicismo (product) naming aplica-se frequentemente em português e noutras línguas próximas à técnica de criação de nomes de marcas, produtos, serviços, empresas e marcas brancas (cf. artigo da Wikipédia em francês). Também se emprega em referência à prática de uma espécie de patrocínio que consiste em atribuir a um lugar, geralmente um recinto desportivo (um estádio de futebol, por exemplo), o nome de uma marca comercial ou de uma empresa (cf. Wikcionnaire). No entanto, em línguas com parentesco próximo com o português, como o francês ou o espanhol, encontram-se soluções em alternativa à palavra inglesa. Assim, em francês, recomenda-se nommage, dénomination, création de nom de marque e création de nom (cf. idem, ibidem) ; para o espanhol, a Fundación para el Español Urgente (Fundéu BBVA) considera preferível o uso de creación de nombres. Seguindo estes exemplos, parece de propor a formação de um termo português equivalente e, portanto, sugere-se denominação (de produto), que se inspira numa das soluções francesas, ou «criação de nomes», decalcando o caso espanhol (e o francês também).