A letra k não figura oficialmente no alfabeto de língua portuguesa, salvo em casos excepcionais. Mas, nas comunicações na Internet, os chamados “chats”, o seu uso tem-se generalizado, sobretudo entre as camadas mais jovens, que no símbolo k sintetizam o c e o qu.
São códigos que surgem espontaneamente, que funcionam, e a isso nada temos a opor, desde que os seus utilizadores saibam que esse uso tem um contexto próprio e que a língua, a chamada norma, tem outros códigos que igualmente é preciso conhecer e respeitar.
O que já não podemos aceitar é essa propagação de palavras grafadas com k que a comunicação social nos tem infligido. Por exemplo, num anúncio publicitário da Caixa Geral de Depósitos, recorre-se profusamente à grafia de palavras com k (konta, kontar, kartão)… Tornou-se também moda o emprego do k em títulos, como o do jornal gratuito ”Destak” ou o da revista juvenil “Kulto”, publicação primeiramente distribuída com o “Público” e, entretanto, transferida para uma versão televisiva, no canal Dois da televisão pública portuguesa, a RTP, canal que não deveria descurar a atenção que a língua merece.
Acaso a palavra cultura, escrita como manda a lei, aterroriza os jovens? Então e não há imaginação para um título sugestivo que faça jus ao canal que o utiliza?
Deixem ficar o c e o q nas palavras que lhes pertencem. Parem de a kapar de uma vez por todas!
Cf. Letras k, w, y. Anglicismos