« (...) O burro, animal pacato, quando se irrita é incontrolável e é melhor não estar por perto quando isso acontece. Se está perto então o melhor é correr! Ao longo dos tempos, o corra do verbo correr passou a cor. (...)»
Mas o burro muda de cor quando foge?
[Sabia] que a expressão «cor de burro quando foge» designa uma cor difícil de ser definida? Mas porquê?
Vamos em busca de uma explicação.
Há quem diga que a expressão surge por deturpação de uma outra, que é «Corra de burro quando foge». O burro, animal pacato, quando se irrita é incontrolável e é melhor não estar por perto quando isso acontece. Se está perto então o melhor é correr! Ao longo dos tempos, o corra do verbo correr passou a cor.
Porém, outros estudiosos alegam que a origem está na palavra burrus que, em latim, significa «ruço» ou «avermelhado». Trocando por miúdos, a palavra burro poderia mesmo remeter para uma cor.
E já que escrevo sobre burros, uma outra expressão vem-me à cabeça…
Será que os burros morrem quando pensam?
Pois é! Sempre que alguém demora muito tempo a tomar uma decisão, é comum ouvir-se esta expressão: «A pensar morreu um burro».
A sua origem remonta a Jean Buridan, um filósofo francês do século XIV, que dissertou sobre a indecisão, característica de muitos seres humanos. Há várias versões desta história, mas eis o essencial:
Um burro caminhava pelo deserto cheio de fome e de sede. Depois de dias e noites, deparou-se com duas vasilhas, uma com aveia e outra com água. O burro ficou muito indeciso. Qual delas deveria escolher primeiro? Com tanta indecisão e sem conseguir escolher, o burro acabou por morrer à fome e à sede. Pobre burro…
Por vezes, demoramos tanto tempo a tomar uma decisão que perdemos o momento e a oportunidade. Nunca se esqueçam: a pensar morreu um burro!
Imagem retirada do texto original, da autoria de João R. Saúde.
Texto publicado pela autora na rubrica Outros Quinhentos do blogue Gerador, no dia 21 de agosto de 2019.