1- É claro que podemos formar várias palavras como gentílicos de Torres Vedras: torreenses, torrienses, torrianos, torresãos, etc. Mas o que interessa é outra coisa: é ver qual a forma preferível. Para isso não é preciso comentar, discorrer e tomar posição, porque temos uma ortografia que foi estabelecida em 1945. Basta, pois, consultar um dicionário - todos eles, a partir daquela data, registam as palavras seguindo essa ortografia. Vemos, pois, que esse gentílico se deve escrever assim: torriense. Note-se até que o "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa" de Rebelo Gonçalves, professor universitário que trabalhou nessa reforma em 1945, regista torriense e não torreense.
O "Vocabulário Ortográfico Resumido da Língua Portuguesa" da Academia das Ciências, de 1947, regista torriense e não torreense. As determinações superiores são para ser cumpridas.
Portanto, devemos empregar torriense, embora «desde o princípio deste século» a forma corrente tenha sido torreense.
2 - Não se trata, ao contrário do que diz aqui ao lado Andrade Santos, de "tentativa de alguém impor a sua opinião dizendo que o adjectivo correcto é torriense.» Trata-se de seguir e aconselhar o que está determinado superiormente. Há vários gentílicos formados correctamente, mas um só aceite. E compreende-se: é necessário que haja uniformização.
3 - É precisamente porque "queremos fazer a análise morfológica da língua, contrariando o estático, cultivando a sua dinamicidade" - como escreve o director do Gabinete de Estudos "Torreenses" - que devemos adoptar a forma torriense, que provém de torreense pela dissimilação do primeiro e. Torriense está de acordo com a dinâmica da língua, ao contrário de torreense, forma antiga.
4 - Finalmente, o argumento de autoridade. É precisamente por termos pegado em dicionários, que seguem a ortografia vigente, que devemos escrever torriense.