Em resposta a uma pergunta sobre a grafia mais correcta de Estado membro ou Estado Membro (ambas as hipóteses com ou sem hífen), a vossa resposta parece inclinar-se para a grafia Estado-membro.
Sem contestar a justeza de Estado membro (duas palavras distintas) não posso deixar de o fazer em relação a Estado-membro. Isto porque, nas palavras compostas por justaposição, em caso de utilização do hífen, se o primeiro elemento levar maiúscula, o segundo tem obrigatoriamente de a levar. Assim, será correcto escrever, por exemplo, Vigário-Geral ou vigário-geral, mas não "Vigário-geral".
Note-se que é possível o caso contrário: assim, por exemplo, ex-Presidente da República ou el-Rei.
Sem querer defender uma proliferação indesejável e injustificada de maiúsculas, não posso no entanto deixar de discordar também da vossa outra solução ("estados-membros"). Na acepção que a palavra tem aqui, isto é, de organização política de uma nação, Estado só pode escrever-se com maiúscula.
Pena é que certos jornais, que me abstenho de citar, escrevam coisas do género "os estados europeus", para depois escreverem "Discurso do Presidente americano sobre o Estado da União" ou, como ainda vi há dias, que "na Albânia foi decretado o Estado de sítio". Isto é o que se chama "não dar uma p´ra caixa."
Cf. o contraponto desta controvérsia.