O objectivo do meu comentário à resposta publicada em 25/11/97 ("Ciberdúvidas" nunca teve uma relação fácil com datas - o Dr. Neves Henriques terá escrito a resposta em 8/11 e sabe-se lá quando a pergunta terá sido enviada) era o de chamar a atenção para o facto de a resposta estar incompleta quer para a consulente que enviou a pergunta "...
Podemos usar uma ou outra sem qualquer restrição?" independentemente da intenção considerada ("Ciberdúvidas" também tem uma relação difícil com intenções), quer para quem assumisse a resposta como extensiva a todas as situações em que aparecesse a palavra "cota" dado esta ser a grafia comum a, pelo menos, quatro origens diferentes.
O texto agora publicado pelo Dr. Neves Henriques completa a resposta então dada, mostrando que nem sempre se pode substituir cota por quota (terá havido uma "gralha" no texto: o francês antigo - e no actual com o significado equivalente - será "cotte" e não "cote"), ficando ainda por indicar alguns dos significados de "cota" correspondentes à origem latina "quota" de que transcrevo os que constam no dicionário da Porto Editora:
"...sinal ou número que serve para classificar as peças de um processo; nota, apontamento ou citação à margem de um livro; (geom.) diferença de nível entre qualquer ponto e aquele que se toma para referência; distância de um ponto a um plano horizontal de projecções; medida (apontada em desenhos técnicos); parte proporcional com que cada um contribui para determinado fim;"
Até aqui não me parece que exista qualquer controvérsia.
Como o comentário apareceu em "Controvérsias" e como o uso fixou "cota" para os significados transcritos atrás, com excepção do de "parte proporcional" em que a utilização de "quota" ainda se mantém, pergunto se não será incorrecto, nestes casos, admitir que se pode substituir cota por quota, isto é, escrever "... na quota de 500 metros..." ou "... desenhos com quotas em milímetros..."