Num país onde quase nada de mérito se faz e onde 95% da população só lê jornais desportivos (passe o exagero), está na moda "botar-abaixo" o esforço e trabalho digno da equipa da Academia das Ciências de Lisboa... Gostaria de saber quem mais se dedicaria a produzir este dicionário com um sacrifício pessoal de 12 anos consecutivos. Em minha opinião, antes o que ficou feito, do que nada fazer!!
Atribuo a maior parte das críticas a uma tendência nacional para o imobilismo (muito arreigada nos nossos genes) e à preguiça de vários profissionais do ensino (e não só) que não estão para se esforçar. (Ora essa! Ter de ensinar aos "meninos" da escola as novas propostas ortográficas? Não basta já o trabalho que temos?").
É evidente que não há obra humana perfeita! Apareça, porém, quem faça melhor!
Entretanto, queria ir fazendo aqui alguns comentários acerca de certos vocábulos que faltam no dicionário, ou acerca de certas explicações lá dadas:
Aqui vai o primeiro: o vocábulo "machimbombo" (que também se grafa "maximbombo" por aquelas terras de África, e que é expressão correntíssima em Angola para autocarro de passageiros), vem referido como típico de Moçambique. Trata-se de um lapso do dicionário, pois não é só em Moçambique que ele se usa.
Espero poder continuar a referir outros lapsos sempre que dê por eles e que o tempo mo permita. Porém, quando o fizer, será sempre com espírito construtivo e não derrotista, para desgraça dos "bota-abaixo"...
Para terminar, queria apenas dizer que é pena que não se tenha feito acompanhar o Dicionário de um "CDRom" que é instrumento de trabalho "contemporâneo"... que tanta falta faz. O Dicionário da Real Academia de Letras de Espanha, recentemente publicado (salvo erro em dois volumes, vide http://www.terra.es) vem acompanhado de um CDRom. Já ouvi dizer que se prevê a sua publicação, mas espero que isso não leve mais 200 anos a acontecer... Até porque a informática evolui à velocidade do "jacto"...
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