Por baixo da superfície
lisa de cada palavra
por dentro da fenda sísmica
da gramática onde fulgura
o magma (sintaxe mágica)
de Babilónia a Sião.
Entre o étimo e o sintagma
no avesso desse centro
onde há uma estrela caída
para dentro do oculto
relação irrevelada
entre o corpo e a palavra.
Onde o invisível tremor
da terra percorre o sangue
e então de súbito a flauta
onde só Camões é quem
sobre esses rios que vão
entre ninguém e ninguém.