Segundo ensinam as boas gramáticas (que são pouquíssimas…), os nomes terminados em -al fazem o plural em -ais, excepto mal (pl. males, a moeda real (pl. réis) e cal, pois de acordo com alguns pode ter como plural cales e cais.
Surge agora a dúvida quanto a aval. Embora Cândido de Figueiredo e a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira dêem o plural avales, julgamos tratar-se de francesismo desnecessário este plural (em francês é avals).
Pensamos que, lá por aval ser um galicismo, aliás muito útil, não é preciso formar-lhe o plural à francesa, língua em que, para mais, avals também constitui excepção à regra de os nomes em -al fazerem o plural em -aux. Porque não usar avais? Aqui fica a sugestão, e a lembrança de que o prestigiado Aurélio regista os dois plurais (avais e avales), o que já é meio caminho andado.
N.E. – Rebelo Gonçalves regista avales no Vocabulário da Língua Portuguesa (edição de 1966), assim como o Vocabulário Ortográfico do Português, disponível no Portal da Língua. Enquanto isso, ambos os plurais são abonados no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de Academia Brasileira de Letras (5.ª edição, 2009). O mesmo sucede no Dicionário Houaiss.
Cf. o contraponto desta controvérsia.