No princípio do anos 70 a professora de Trabalhos Oficinais já não falava de trapos, de tapetes de trapos, de tapeçaria, já era uma doutora da mula ruça que só falava de trapologia. Tinha começado o palavreado pseudocientífico, essa praga da língua, esse embuste que hoje impera, já não se pode falar português, só a trapologia, só essa língua de trapos é que vale. Ainda havemos de ser multados por não usarmos esse jargão, essa baba.
Adília Lopes, Dobra, Lisboa: Assírio e Alvim, 2024, p. 794