1. As palavras benigno e benévolo podem ser sinónimas em algumas situações, mas na generalidade têm empregos distintos.
No programa da RTP-1 "As Escolhas de Marcelo", a propósito da crítica feita ao Governo pelo líder do PSD, Luís Marques Mendes, considerando que este estava a retirar competências e poder à Polícia Judiciária, Marcelo Rebelo de Sousa comentou: "Eu acho que Marques Mendes tem razão e até foi benigno. Eu teria sido mais maligno na crítica ao Governo."
Em vez de benigno, neste contexto seriam mais apropriados os termos benévolo ou benevolente. Efectivamente, a palavra benigno caracteriza algo que em si é portador de bem, geneticamente possuidor de bem (do latim "benignus" = "bene" + -gnus < geno), enquanto benévolo caracteriza alguém que é complacente, que está animado de disposições favoráveis para com alguém, que quer bem (do latim "benevolus" = "bem"e + "volo", verbo que significa querer, consentir). Benigno é aquele que faz bem, enquanto benevolente é o que se propõe aceitar algo como bom, mesmo que o não seja, alguém que é condescendente.
Quanto a maligno, seria um termo aceitável se o comentador tivesse querido dizer que a sua crítica seria mesmo na essência maléfica, maldosa, perniciosa. Como não é o caso, poderiam ser utilizados termos como acutilante, incisivo, enérgico.
2. "José Montes tem esperança que a vida pode melhorar e garante que não vai desistir."
A expressão ter esperança exige a preposição de ("ter esperança de alguma coisa"), e o verbo da oração que se segue deverá ir para o conjuntivo: "Tem esperança de que a vida possa melhorar"