1. Notícia do Telejornal da RTP-1 sobre uma acção da Cruz Vermelha na Ucrânia, a propósito dos 20 anos da fuga radioactiva na central nuclear de Chernobil , na então URSS, há 20 anos: «Vyacheslav tem 19 anos. É um dos jovens que monotoriza um problema na tiróide numa comunidade rural na Ucrânia.»
É, obviamente, já monitoriza, do verbo monitorizar (palavra da família de monitor), que significa «controlar», «supervisionar», «acompanhar e avaliar [dados fornecidos por aparelhagem eléctrica]». E é a Cruz Vermelha que monitoriza esse problema do jovem e não ele...
2. «A família real [britânica] juntou-se toda num jantar para cantarem os parabéns a Isabel II.»1
«A família real juntou-se toda para cantar: esta seria a construção correcta, pois, na frase, o sujeito de «cantar» é «a família real». O singular «família real» exige o singular «cantar».
O erro resultou de uma atracção de sentido: como a família real é constituída por um número significativo de pessoas, esse plural de pessoas levou à escolha do plural "cantarem".
Mesmo que o sujeito do verbo "juntar" estivesse no plural (por exemplo, «as pessoas juntaram-se»), o infinitivo "cantar" deveria permanecer invariável, dado o sujeito dos dois verbos (juntar e cantar) ser o mesmo: «As pessoas juntaram-se para cantar».
1jornal "24 Horas" de 23/04/2006
3. O modismo já aqui assinalado do vencer "a" voltou a ouvir-se neste último fim-de-semana desportivo: «O Sporting venceu ao Benfica em futsal». Modismo disparatado: «O Sporting venceu o Benfica em futsal» - assim é que é.