Pomo gerado entre a pedra e a abelha
do pólen do silêncio.
Um súbito desejo te desperta
luz viva em fibras de coragem.
Ardes em labaredas sobre a mesa
onde desperto te incendeio.
Forma exacta cintilas pululando
na memória. Ó ar! Ó espiga!
E passáro e flecha sobre mim revoas.
Que mão resiste? Que bosque?
Como um cão caminhas no meu rosto
e a mão segue os teus passos, verdadeira.
Em cachos perduras na memória
de todas as coisas vivas. Silenciosa.
Pétala de luz, interminável rosa
surges nos meus dedos mágica de sons.
Abre-te, flor de pedra, na doçura
deste néctar. Diligente abelha.
Zumbe, ó infinita, sobre a página.
O teu segredo é a chave do universo.