Quem nunca usou a sequência de caracteres LOL (lots of laugh), SOL (sooner or later), ASAP (as soon as possible), x-mas (Christmas) ou pf (por favor), bjs (beijos), bgd (obrigada), nos seus e-mails ou SMS, que atire a primeira pedra.
Junte-se a este facto a tendência de cada vez mais falantes comuns usarem termos do tecnolecto da informática, a que vem somar-se o fascínio pelos anglicismos. E há ainda os smilies e afins, como :----) para chamar alguém de mentiroso ou :-@ para fazer ver que aquilo que se está a escrever é dito a gritar.
A codificação é mutante e cada vez mais complexa, apresentando matizes curiosos, como aquele que nos é descrito neste artigo de Miguel Esteves Cardoso.
Será que a língua, como a conhecemos, vai ser afectada, na sua forma escrita, por esta deriva?
Não se sabe bem a origem das palavras louco, maluco e doido. Mas há a salientar uma outra curiosidade, a propósito: o sentido etimológico de aldrabão (do árabe al-bardān) é, justamente, louco, estúpido. Lá está, não é a mentira um comportamento sintomatológico de perturbação cognitiva?
Temas do programa Língua de Todos (RDP África, dia 8, 13h15*, com repetição no dia seguinte, às 9h15*): A Universidade Eduardo Mondlane, de Maputo, tem uma nova cátedra sobre o estudo do português língua não materna, em Moçambique. A coordenadora, Perpétua Gonçalves, explica quais são os principais objectivos. E qual é a origem da palavra clepsidra? A resposta da linguista Margarita Correia.
*Hora oficial de Portugal continental.