Já aqui salientámos, por diversas vezes, o risco (e mau sintoma) que é o definhamento do ensino do latim, no ensino secundário, em Portugal. Pois, em certas escolas primárias de Londres, aprender latim é um verdadeiro sucesso junto da pequenada. Há razões para isso, que não passam apenas pelas novas tecnologias e divertidas pedagogias. É que (i) a tradução do latim para o inglês (ou para outra língua) afigura-se sempre como um desafio, (ii) a descoberta de raízes latinas no léxico do inglês (ou de qualquer outra língua) é realmente fascinante, (iii) a gramática é um puzzle que bate sempre certo e cujas regras podem ser transferidas quer para um conhecimento reflectido da língua-mãe, quer para a aquisição de quaisquer outras línguas segundas. E, depois, há, claro, toda a cultura greco-latina.
«Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos os modernos; com os haveres de uns e outros é que se enriquece o pecúlio comum» é, justamente, a conclusão de Machado de Assis, sobre a necessidade de retornar aos clássicos — ele próprio, um clássico da literatura brasileira.
A propósito, encómios, elogios, panegíricos... que tipo de acto ilocutório constituem? Procure a resposta aqui.