A edição do Expresso de 9 de Janeiro apresenta um trabalho interessante sobre a dificuldade de elaboração de inventários lexicográficos nos dias que correm. Como saber se um neologismo vai vingar na língua? Há-os previsivelmente efémeros, mas o que irá acontecer a palavras como pluriemprego, sobreendividamento, guetizar, por exemplo? Estas palavras já vão constar do dicionário 2011 da Porto Editora. Será que, mais tarde, serão formas a suprimir do dicionário?
«Os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo», diz a máxima de Wittgenstein. No caso específico destas novas palavras, o limite transforma-se num cerco de um país a viver uma grave crise social e económica.
«O que é tão difícil aos adultos que aprendem línguas doutas ou estrangeiras pode o menino aprender, no dia, de três ou quatro mestres sem confundir o que aprende!» Quem o diz é Ribeiro Sanches, médico, há mais de dois séculos.
E, no entanto, só muito recentemente é que foi criada a palavra multilinguismo, aplicada às aprendizagens escolares de crianças e adolescentes. Forte assincronia.