Já não é notícia a dimensão que o português tem à escala global, importa é saber como dar futuro a essa vantagem. Assinala-se, por isso, um texto do diretor-executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, Gilvan Müller de Oliveira (na foto), intitulado "Política linguística e internacionalização: a língua portuguesa no mundo globalizado do século XXI", no qual o autor considera ser pouco explorado o potencial do português como língua internacional. Deste artigo, em linha na revista brasileira Trabalhos de Linguística Aplicada (2013, vol. 52, n. 2, pp. 409-433), transcrevemos as palavras finais, como proposta de reflexão: «Para internacionalizar a língua precisamos internacionalizar a sua gestão, construindo de maneira conjunta a sua cadeia tecnológica e a coordenação diplomática da sua negociação global, reconhecendo a oportunidade de pensá-la e tratá-la como LÍNGUA POLICÊNTRICA[1]. Preparado o terreno, torna-se o português nosso veículo privilegiado para o estabelecimento de relações econômicas e culturais no cenário mundial.»
[1] Sobre o português como língua policêntrica ou pluricêntrica, leia-se Margarita Correia: «O português é também pluricêntrico: adotado por vários estados, tem várias normas diferentes, atualmente duas estabilizadas, mas potencialmente uma ou mais por cada país que a tem como oficial.» ("O português na encruzilhada")
No consultório, há dúvidas que dão que pensar e não têm uma resposta direta: até que ponto se pode dizer que os particípios passados pagado, ganhado e gastado caíram em desuso? Vale a pena aportuguesar um topónimo turco pouco conhecido? Será incorreto usar regionalismos? O uso do artigo definido varia em função da variedade nacional? Outras perguntas requerem que nos embrenhemos na análise gramatical: casarão é palavra simples, ou complexa? E o pronome pessoal átono o só pode referir pessoas e animais?
Como anunciado, o programa Língua de Todos é repetido no sábado, 25 de janeiro (na RDP África, depois do noticiário das 9h00*). No Páginas de Português, no domingo, 26 de janeiro (às 17h00 na Antena 2), dá-se relevo ao colóquio Criar em Português: O que pode uma língua?, que se realiza em nos dias 27 e 28 de janeiro de 2014 na Fundação Calouste Gulbenkian.
* Hora oficial de Portugal continental.
Para quem aprende português como língua estrangeira, a Ciberescola da Língua Portuguesa e a plataforma associada Cibercursos promovem cursos individuais (Portuguese as a Foreign Language). Informações no Facebook e na rubrica Ensino.
Com SOS Ciberdúvidas, pede-se aos nossos consulentes que ajudem a viabilizar este serviço gracioso e sem fins lucrativos, que visa esclarecer e debater os mais variados tópicos à volta língua portuguesa, idioma comum a oito Estados. Agradecemos, desde já, todo o apoio que nos for prestado.