Aurora boreal e aurora austral : a união da deusa do alvorecer com o deus do vento norte ou com o vento do sul
As recentes condições atmosféricas ocorridas em Portugal associaram-se a uma erupção solar que trouxe consigo várias manifestações de auroras boreais, um fenómeno luminoso muito frequente em países do norte da Europa, que foi registado em vários locais do país, em particular na zona centro. O nome «aurora boreal» foi cunhado pelo filósofo e padre francês Pierre Gassendi, em 1621, como forma de designar um fenómeno luminoso espetacular a que assistiu. Este acontecimento, também conhecido pelo nome de «luzes do norte», está relacionado com a velocidade do vento solar, que provoca reações atmosféricas de onde resulta um conjunto de luzes de cores e complexidades variadas. Do ponto de vista morfológico, «aurora boreal» é uma palavra composta, que inclui a palavra latina aurora, com significado de «luz da manhã, alvorecer» e que se relaciona com o nome Aurora, a deusa romana do alvorecer. Agrega ainda a palavra boreal, originária do latim tardio borealis, que advém do nome do deus Boreas (palavra grega), que se associava ao vento do norte. Em conjunto, as duas palavras referem o «fenómeno luminoso em forma de faixas e arcos coloridos e brilhantes» (Infopédia), recordando a união do vento à luz associada ao amanhecer. Quando o fenómeno ocorre nas latitudes elevadas do hemisfério sul recebe o nome de «aurora austral», que junto a aurora o termo austral, que tem o significado de «meridional; do sul», oriundo do latim australis, derivado, por sua vez, de auster, que refere o «vento do sul; sul».
