Como internacionalizar a língua portuguesa? De forma centralizada, como parece sugerir a história do funcionamento do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP)? Em comunicação enviada à 2.ª Conferência Internacional da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, realizada em Lisboa, Ataliba Teixeira de Castilho, conhecido linguista brasileiro e membro da equipa científica do Museu da Língua Portuguesa-Estação da Luz de São Paulo, não concorda e propõe uma política linguística assente no caráter multicêntrico da língua no seio da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Para este especialista, a maneira mais adequada de gerir a identidade linguística dos países membros da CPLP passa pelo aprofundamento da descentralização do IILP, «reconhecendo as responsabilidades de cada comunidade de falantes do português».
Ainda no contexto deste acontecimento, recorde-se que, aparentemente fora dos temas centrais, também aí se discute a aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, com uma sessão coordenada de Gilvan Müller de Oliveira, diretor executivo do IILP, para proceder a um balanço do processo de elaboração dos Vocabulários Ortográficos Nacionais e do Vocabulário Ortográfico Comum.
Voltamos a assinalar que, no referido encontro, Ana Sousa Martins, coordenadora da Ciberescola da Língua Portuguesa, fala sobre o desenvolvimento deste projeto numa comunicação intitulada "Reconfiguração do ensino de línguas pela ação das novas tecnologias: um exemplo aplicado ao português".
O português pode ser multicêntrico, mas no consultório as dúvidas são de todos os que o falam, como mostram a novas respostas que retomam tópicos de morfologia e sintaxe.
De modo a enfrentar os constrangimentos financeiros que afetam o serviço aqui prestado em prol da língua portuguesa, impõe-se o renovado apelo à participação dos seus utilizadores na campanha SOS Ciberdúvidas. O nosso obrigado.