A questão que coloca é complexa e envolve não só a sintaxe dos modos, mas também a dos tempos.
Segundo a gramática normativa, quando se utiliza o modo indicativo, considera-se que o facto expresso pelo verbo é certo, real; quando se emprega o modo conjuntivo considera-se a existência (ou não) de um facto incerto, duvidoso, eventual, irreal. O conjuntivo é, por definição e de uma forma geral, o modo das orações subordinadas. Além disso, o modo conjuntivo está também presente, por exemplo, em orações subordinadas substantivas, quando a oração que lhe serve de principal exprime dúvida, vontade, sentimento, apreciação.
No que respeita aos tempos verbais, estão dependentes da localização do processo verbal no momento da sua ocorrência, quer seja em referência à pessoa que fala, quer seja em referência a outro facto em causa.
Assim:
- "É um absurdo a ideia de que defendeu o envio de voluntários russos para lutar ao lado de Saddam."
Considero que o predicado da oração subordinada substantiva (defendeu) deveria ser defendera (neste contexto e na linguagem literária, igual a defendesse) defendesse ou tivesse defendido, uma vez que esta oração depende de uma expressão que exprime uma apreciação relativamente ao próprio facto em causa. - "Embora eu não ache que fez isso com propósito pessoal."
Do mesmo modo, considero, que o predicado da oração substantiva (fez) deveria ser fizesse ou tivesse feito pelas mesmas razões já expressa na frase 1. - "E muita gente que tem a mentalidade subdesenvolvida pensa que o Brasil ainda é como eles."
Penso que só o contexto em que está integrada esta frase pode permitir a conclusão que propõe. - "Eu nunca lhe disse que não gostava de poesia."
Penso que é precisamente o mesmo caso da frase anterior. - "Os resultados da CPI podem ter criado em muitos a convicção de que a corrupção esteja ligada à democracia, o que é um erro."
Nesta frase, existe, de facto, uma oposição conjuntivo/indicativo em "esteja", predicado de uma oração substantiva dependente de uma expressão de certeza, vontade, e em "é", predicado de uma oração relativa, exprimindo "esteja" uma eventualidade e "é" uma realidade.
Em conclusão, penso que a ideia de "falso" que propõe para o conteúdo das frases não depende da oposição conjuntivo/indicativo. A questão é mais complexa, depende de todo um conjunto de factores que se relacionam com a sintaxe dos modos e dos tempos, com a sintaxe dos verbos que exprimem valores específicos, e depende ainda do contexto das frases.