Imprensa escrita?
Tenho assistido ao uso cada vez mais frequente da expressão «imprensa escrita», seja por jornalistas em jornais de referência (ainda hoje, 6 de Agosto, em "O Público"), seja nas televisões por políticos e afins. A imprensa é, por definição, escrita. Logo, o termo é redundante, como se depreende da consulta do dicionário da Porto Editora, quando diz que imprensa é «arte de imprimir; o conjunto dos jornais». Ou não? A língua também é feita do uso que lhe é dado pelos seus falantes. Estaremos a assistir à socialização de uma expressão incorrecta, que passaria a ser correcta por ser comummente aceite? Nesse caso, estará a escapar-me algo?
Uma das explicações para a utilização daquela expressão – até por pessoas de reconhecida formação cultural – seria a de que se estaria assim a fazer uma distinção entre órgãos de comunicação social. Referir-se-ia a «imprensa escrita» para diferenciar de outros modos de comunicação, como a televisão ou a rádio. Se é esta a explicação, parece-me muito frágil.
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