Temos de ser sensatos na tradução de termos técnicos já implantados entre os especialistas de cada área. O Nuno António diz "buffer" e todos os destinatários o entendem. Traduz e causa perplexidade, não é?
Num texto de razoável dimensão, pode-se começar por empregar o estrangeirismo com o termo português que lhe corresponder entre parêntesis: "online" (em linha). E, depois, desde que isso não prejudique a leitura, talvez se possa abandonar o termo estrangeiro no resto do texto.
Um dos problemas da tradução é que nem sempre existe a possibilidade ou o cuidado de encontrar uma palavra portuguesa que "entre" no ouvido. Ou, então, por desconhecimento, não aproveitamos as palavras portuguesas mais adequadas e inventamos traduções que não "pegam". Lembro-me do termo militar que o dicionário brasileiro Michaelis já regista como termo cibernético: senha. Mas no Portugal da Internet há quem prefira a tradução à letra do inglês "password" ("palavra-passe").
Quanto a "buffer", no dicionário Webster's (inglês-português, Antônio Houaiss, ed. Record, Rio de Janeiro), entre os significados registados –genéricos e dos domínios da Química e da Informática –, não encontrei o de zona ou círculo de amostragem, zona-amostragem, zona de amostra, zona-amostra. Se disser algo como: amostra de 250 m2, o conceito ficará bem expresso? Os seus colegas entenderão?
Houaiss traduz "buffer state" por «estado-tampão, país situado entre dois países rivais».