Tal como o consulente tão bem diz, tal palavra foi "inventada" – ou seja, criada – pelo poeta Osvaldo Osório, jogando com as sílabas de poeta. Tratando-se de uma criação literária/poética, “tapoe” é uma licença poética, uma manifestação de liberdade poética, cujas origem e formação se devem exclusivamente à arte e ao poder criativo do sujeito poético, que, dando intencionalmente uma outra ordem às sílabas da palavra poeta, faz emergir um outro signo, do domínio literário, conferindo-lhe novos sentidos. Como licença ou liberdade poética, inserido num discurso poético/literário, o vocábulo “tapoe” não se inscreve, assim, nos casos nem de origem nem de formação de palavras da língua corrente, do discurso quotidiano, pois, tal como explica Vítor Manuel Aguiar e Silva, «a gramática que permite descrever e explicar os textos literários não se pode identificar totalmente com a gramática da língua-norma» (Teoria da Literatura, 5.ª ed., Coimbra, Almedina, 1983, p. 147).