Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Laura Amado Tradutora Coimbra, Portugal 203

Como se faz a enumeração de nomes/verbos com regimes preposicionais diferentes numa frase sem alterar a ordem dos verbos/nomes? Qual das seguintes opções está correta?

«Os alunos aprendem a entender, lidar com e resolver os problemas.»

Ou «Os alunos aprendem a entender, lidar e resolver os problemas»?

«O estudo procura verificar se há uma identificação com ou alheamento aos valores atuais por parte dos jovens.»

Ou «O estudo procura verificar se há uma identificação ou alheamento aos valores atuais por parte dos jovens»?

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 285

É possível que a sintaxe do verbo deixar admita a preposição destacada?

«Ana deixou uma carta PARA Rui.»

Obrigado.

Pedro Henrique Professor Brasil 186

Na oração «Criei um grupo no Whatsapp com meus amigos desempregados», qual a função sintática de «com meus amigos desempregados»?

Tinha pensado que poderia ser adjunto adverbial de companhia, mas o ato de criar não ocorreu na companhia dos amigos, pois apenas a pessoa (no contexto do qual retirei a oração) que criou o grupo. Logo, esse «com meus amigos desempregados» funcionaria como uma especificação do grupo criado...

Desde já, obrigado!

Alexandre Noriler Servidor Público Rio do Sul, Brasil 188

Qual é a forma correta? «Escrever no papel» ou «escrever sobre o papel»?

Patrícia Sanches Vendedora Faro, Portugal 351

Sabemos que os pronomes relativos devem ser procedidos pela regência dos verbos que os seguem. No entanto, não é uma prática que percebo na oralidade.

É frequente ouvir:

Li o livro que me falaste.

Em vez de: Li o livro de que me falaste.

Aprendi a música que gosto.

Em vez de: Aprendi a música de que gosto.

Gostaria de saber o que as gramáticas dizem sobre isto e a vossa opinião. Devemos considerar agramatical?

Obrigada!

Maria Helena da Silva Almeida Professora Vila Nova de Famalicão, Portugal 359

Devo escrever: «no pressuposto de que» ou «no pressuposto que»?

Grata pela atenção dispensada!

Julian Alves Estudante Nápoles , Itália 455

Eu gostaria de saber se existe a regência nominal de confiança com a preposição a, cujo sentido é «entrega à confiança de»?

Eu sei que confiança pede a preposição em no significado próximo de «crer, ter fé»; mas o meu pensamento em relação à possibilidade do uso da preposição a, é justificado pela regência do verbo confiar que pode pedir em ou a.

Ex.: «Por viagem a trabalho, Marina confiou a Jorge sua cadela, Veneza. Mas ela não confia mais nele, porque ele a deixou três dias com fome.»

Antecipadamente, muito obrigado.

Roberto Andrade Servidor Rio de Janeiro, Brasil 449

 «Bife a rolê» ou «bife rolê»?

Faço a pergunta, pois tive muita dificuldade de encontrar a expressão "rolê" nos dicionários sem o sentido de «dar uma volta».

O pouco que encontrei remete "rolê" à palavra francesa roulé que traduzida pelo tradutor leva a "enrolado" que é o nosso bife!

Dito tudo isso, não deveria ser bife "rolê" (enrolado) sem a preposição? Outro fato que me faz perguntar é o caos que tal bife gera na escrita! Basta uma rápida pesquisa no Google para vermos que até o acento grave aparece na expressão «bife rolê» («bife à rolê»).

Desde já, agradeço a enorme atenção que os Senhores possuem e admiro demais o trabalho do Ciberdúvidas.

Diogo Pereira Tradutor São Romão Coronado, Portugal 446

Começo por agradecer o ótimo serviço que prestam aqui no Ciberdúvidas. Tornou-se uma ferramenta extremamente útil para ajudar a melhorar o nosso uso da língua.

A minha questão:

É muito frequente encontrarmos, em ambiente de tradução, expressões em inglês do género: «this feature helps you achieve better results», que, sendo gramaticalmente corretas e seguindo a intenção do texto de partida, traduziríamos como «esta funcionalidade ajuda-o a alcançar melhores resultados».

No entanto, é cada vez mais comum a exigência de neutralidade de género nas traduções. Para conseguirmos essa neutralidade, tem-se visto e usado muitas vezes algo como «esta funcionalidade ajuda a alcançar melhores resultados», sendo que, em alternativa, se poderia dizer algo como «esta funcionalidade dá uma ajuda para alcançar melhores resultados», o que resulta numa frase maior e mais complexa, algo muitas vezes não desejado no ambiente de tradução.

Aproveito para referir que se mantém o verbo ajudar na tradução, uma vez que o texto de partida não pretende dar garantias sobre a eficácia de tal funcionalidade, mas sim indicar que o seu uso pode dar certos resultados.

Este distanciamento é subentendido como uma forma de o autor do texto original de se ilibar de responsabilidades no caso de o uso de tal funcionalidade não dar os resultados pretendidos pelo utilizador da mesma. Neste caso, estamos a omitir o complemento direto.

Sendo ajudar um verbo transitivo, parece errado omitir o complemento direto. No entanto, uma breve pesquisa na Internet revela que o uso de ajudar sem complemento direto, em estruturas semelhantes, está bastante disseminado.

Posto isto, gostaria que me esclarecessem, se possível, se:

– há flexibilidade para omitir o complemento direto e, se sim, em que casos o poderemos fazer;

– a estrutura «ajudar a» + verbo no infinitivo é válida, à luz do exposto acima.

Desde já agradeço a vossa disponibilidade e bom trabalho.

Diogo Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 456

«João, apresento-te a Maria. Acho que vão gostar muito de se conhecer(em).»

O que está entre parêntesis é necessário, opcional ou um erro?