Eu escrevo:
— Há um vilarejo a dez metros daqui — respondeu o funcionário.
E começo com minúscula as explicações introduzidas, quando poderiam ser separadas com vírgula.
O travessão é a convenção para distinguir a separação entre discurso directo e indirecto (o que não se consegue tão bem com a vírgula, de aplicação mais generalizada). É também a convenção para a mudança de interlocutor no discurso directo (e, na prosa moderna, não é indispensável mudar de parágrafo, se a outra fala se segue imediatamente).
Eu próprio só uso o travessão com estes fins e nunca o uso como parênteses, para evitar confusões. Mas há autores que, contudo, parece terem condenado o travessão ao ostracismo e não o usam para introduzir o discurso directo. O processo pode dar maior fluência à narrativa, mas o risco é estabelecer-se algum desinteresse na leitura, em leitores pouco habituados a esse método de escrita.
Ao seu dispor,