Para ajuda no raciocínio, no objetivo de termos uma ideia clara quanto à questão em epígrafe, suponhamos que temos um carro em experiências de consumo à velocidade de 60 km/h. Este carro anda um quilómetro no fim do primeiro minuto do início da contagem da experiência e dez no fim do décimo minuto.
Assim, desde o início da contagem, só teremos 2020 anos decorridos no fim de 2020. É esta a conclusão óbvia matemática. Neste critério, cada década de anos começa só no início de cada ano com o último algarismo 1 e vai até ao algarismo zero inclusive.
Ora não é esta a convenção recomendada pela ISO-International Organization for Standardization.
Voltemos ao exemplo do nosso carro e centralizemo-nos agora na designação adequada para os minutos, conforme o número de quilómetros percorridos.
Então, no primeiro minuto não temos quilómetro nenhum percorrido e podemos designá-lo por ano zero. Teremos 10 quilómetros no fim do minuto nove. O minuto 10 começa a contagem para uma nova dezena, em que o algarismo zero continua a ter o mesmo significado na dezena que o zero do primeiro minuto.
No critério da ISO, houve um ano “zero anos” e a data 2020 representa o início de uma nova década, como 2000 representou o início de novo milénio.
Pode-se dizer que no critério da ISO violentamos a ciência exata. Contudo, onde é que está a exatidão em convenções? A verdade é que o calendário gregoriano é meramente uma convenção cristã, que nem todo o Planeta segue. Além disso, é uma contagem que se baseia no pretenso ano de nascimento de Cristo e, na realidade, parece que Jesus nasceu cerca de seis a quatro anos antes do início da data prevista nesse calendário...
É à luz destas relatividades que se devem analisar sempre as convenções (como as catástrofes temidas para o fim do milénio, ...ou a ortográfica, por exemplo...).
Recomendo a contagem ISO e que as décadas sejam designadas pelo algarismo das décimas. A década 20 do século XXI começou agora e vai até 2029 inclusive.